A definição de produto orgânico, livre de agroquímicos e de substâncias tóxicas para a saúde humana e para o meio ambiente, já não é mais exclusividade de alfaces, morangos, carnes, geléias e outros alimentos. Nos últimos anos, o mercado internacional vem assistindo o surgimento de itens orgânicos em segmentos como o de confecções, limpeza doméstica, brinquedos, móveis, calçados e tantos outros.
No Brasil, o movimento começou com mais força com os cosméticos, os têxteis e ainda tem muito para crescer. Segundo uma pesquisa realizada no ano passado pela Euromonitor International, umas das líderes mundiais em pesquisa de estratégia e marketing, o Brasil crescerá 7,4% no segmento de cosméticos orgânicos e naturais em apenas dois anos já que o país possui o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo e ocupa o primeiro lugar entre os exportadores de matérias primas naturais.
Esta tendência da busca pelo orgânico abrange a área da beleza e da saúde de forma inovadora, com produtos que mostram os resultados rapidamente. E seguir essa tendência pode gerar um diferencial interessante na Dermatofuncional e na Estética, não só na prestação do serviço em si, mas também no desenvolvimento de pesquisas científicas.
Renata Esteves, uma ex-executiva de moda em Nova York e especialista em e-commerce, trilhando um caminho pessoal para ter uma vida mais saudável e natural, ela se deu conta que não fazia sentido cuidar tanto do que comia e consumia, e ao mesmo continuar usando cosméticos cheios de químicas nocivas para a saúde e ao meio ambiente.Enxergando essa tendência e suas infinitas possibilidades, ela acaba de lançar a 1° loja de produtos cosméticos orgânicos no Facebook – A Beleza Orgânica - www.facebook.com/belezaorganica - e nos concedeu essa entrevista .
1. O que a levou a criar uma loja de produtos de beleza orgânicos?
Como consumidora em busca de cosméticos mais saudáveis, percebi que era muito difícil encontrar estes produtos para vender. Mesmo nas lojas de produtos naturais, encontram-se produtos com parabenos (os ésteres do ácido hidrobenzoico), óleo mineral, derivados petroquímicos, fragrâncias e corantes sintéticos, etc.
O Brasil é o maior fornecedor de matérias-primas orgânicas para a indústria de cosméticos mundial, e várias marcas já produzem produtos excelentes que ainda não tem canais de distribuição adequados no país, por isso exportam, e vendem pouco aqui ainda. Percebi uma boa oportunidade de negócio, e o meu objetivo é ajudar a desenvolver esse mercado, promovendo as marcas brasileiras. A idéia é vender marcas locais dentro do país.
2. Porque escolheu o Facebook como plataforma para a loja?
Porque é a forma mais rápida e de baixo custo para montar uma loja virtual. Além disso foi uma decisão estratégica de fincar a bandeira e ser pioneira no mercado.
Como primeiro veio o blog, que é sobre cosméticos naturais e orgânicos, a verdade nua e crua da indústria da beleza, e dicas para ficar mais bonita de forma mais consciente, o DNA da empresa está sendo totalmente consolidado com o marketing digital, as redes sociais e o blog. É uma empresa jovem, voltada para um público idem, antenado com as últimas tendências da indústria de cosméticos, sustentabilidade e tecnologia, que se comunica na maior parte através das redes sociais.
3. Como se cria uma loja no Facebook? O que se deve fazer e quais os custos?
Para criar uma loja no Facebook, é preciso usar um aplicativo desenvolvido especialmente para isto. No Brasil há 3 empresas que já as integraram com plataformas de pagamento brasileiras. Existem versões gratuitas e versões pagas, depende dos recursos desejados.
4. Quais as perspectivas de crescimento para a área da estética orgânica?
Já é uma tendência forte na Europa e nos EUA um retorno às origens, ao slow beauty, mas de uma forma nova, aliando a alta tecnologia aos melhores ingredientes orgânicos para criar produtos voltados para um público cada vez mais exigente, em busca de uma beleza sustentável e duradoura, com longevidade e saúde. O número de marcas de produtos orgânicos surgindo lá fora é impressionante, atentas a um consumidor super consciente que exige os seus direitos e pressiona os governos para regulamentar a indústria. Mas eu acredito que, a longo prazo, vai haver uma grande mudança econômica, onde pequenas marcas voltadas para o seu nicho local ganharão cada vez mais importância. Aos poucos as marcas orgânicas brasileiras irão crescer e ganhar seu espaço no mercado. É uma tendência que está aqui para ficar, uma direção, não tem mais volta.
5. Quem é Renata Esteves?
Sou formada em Fashion Marketing pelo Fashion Institute of Technology e em Jornalismo pela PUC-Rio. Sou ex-executiva de moda em Nova York, trabalhei muitos anos no Fashion District para grandes marcas, como Armani e Prada. Especializei-me em e-commerce e depois de voltar para o Brasil trabalhei alguns anos como consultora internacional na área de tecnologia e marketing digital.
Há muitos anos eu trilho um caminho de busca pessoal para ter uma vida mais saudável e natural, começando com a minha alimentação e nos tipos de produtos de limpeza que uso em casa. Ao consumir produtos orgânicos e naturais aos poucos fui me conscientizando dos meus hábitos de consumo, e eles foram se tornando cada vez mais verdes e sustentáveis. Com o tempo, passou a não fazer mais sentido cuidar tanto do que eu como e consumo, e ao mesmo tempo usar cosméticos cheios de químicas nocivas para a minha saúde e ao meio ambiente. Então eu quis criar um espaço de discussão para falar sobre a beleza sob o ponto de vista da sustentabilidade, saúde e bem-estar e surgiu o blog.
Justo o que eu procurava sobre como empreender com estética, obrigada pelas informações!
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