O conhecimento tem se tornado, de forma crescente, o bem mais valioso e disputado da atualidade. Isso porque o desenvolvimento em qualquer economia crescente, como a nossa, só se sustenta se tiver como alicerces a capacidade de aplicar novas tecnologias na criação de novos produtos, equipamentos ou serviços e na possibilidade de incorporar melhores práticas ao que já se tem estabelecido.
Existe um relativo sucesso da prática científica brasileira na saúde, haja vista os 538 artigos já publicados Pela FisioBrasil, o veículo de maior publicação científica na nossa área, e os 3.200 trabalhos que aguardam na fila para serem apreciados, apresentando resultados nas mais diversas áreas da Fisioterapia. Cada artigo científico, dissertação ou tese de mestrado é fruto de um grande esforço de pesquisa. É fruto de uma atitude empreendedora.
A atitude empreendedora dos nossos pesquisadores está fundamentada no desafio que estimula as pessoas; no resultado que dá a sensação de vitória e na responsabilidade de afirmar ou confirmar algo. Contudo só a produção de artigos científicos não é suficiente. O grande desafio daqui para frente está na transformação do conhecimento científico em riqueza e desenvolvimento.
Conceitos antiquados como o de que a parceria entre uma empresa privada e uma universidade pública precisa de muita burocracia e investimento e de que essa mesma parceria com instituições privadas não traz credibilidade, em pleno século 21, ainda existem.
Porém se por um lado as empresas brasileiras precisam se aproximar dos geradores de conhecimento, tanto no setor público quanto no privado em todo o país, por outro lado os pesquisadores precisam enxergar em seus projetos a possibilidade de transformar seus resultados em plataforma para geração de novos equipamentos, produtos ou procedimentos e de atrair investimentos para alimentar novas pesquisas.
O ajuste necessário está no fato de que tanto as empresas brasileiras, quanto os pesquisadores ainda não perceberam o Empreendedorismo Científico.
As grandes empresas, na sua maioria, ainda não enxergam a possibilidade de encontrar soluções inovadoras por trás de um TCC de graduação. Nem os pesquisadores vislumbram o quanto o empenho em pesquisar é empreendedor, e que pode ir muito além da obtenção de um título. E isso em todas as áreas do conhecimento, inclusive da saúde.
Quantas novas e melhores formas de fazer algo que são descobertas na área de saúde saem do papel e se tornam reais? Muitas vezes, nem nas próprias instituições em que são pesquisadas.
E quantas empresas possuem um departamento de análise de informação publicada no meio científico, na sua área de atuação, para avaliação de potencial? E quantos pesquisadores enviam seus trabalhos para empresas, na área de interesse de sua pesquisa, para apreciação?
Em países desenvolvidos a busca por novos talentos, bem como, a iniciativa de comunicar novas descobertas ao meio empresarial são fatos comuns visto que é mais barato para as empresas investir em pesquisas externas, do que implantar toda a estrutura física, técnica e operacional de um centro de pesquisa.
Ou seja, todos nós precisamos fazer a nossa parte. No inicio, como em todo inicio, ninguém vai dar bola para sua idéia (eu, por exemplo, enviei uma sugestão simples às empresas fabricantes de laseres terapêuticos do nosso país, com toda justificativa técnica e econômica, tudo como manda o figurino: pergunte se alguém deu cartaz?)
Mas com insistência, como em toda insistência, vão acontecer duas coisas: alguém vai enxergar em sua idéia a solução para um problema e ao fazer isso, essa empresa ou instituição, vai criar um diferencial e uma imagem interessante para o mercado – empresa que investe nos gênios nacionais.O que vai mover outras empresas na mesma direção.
Bom meus amigos, a estrada é longa, difícil e de mão dupla, mas nós precisamos descobrir, e logo, um jeito melhor de andar sobre ela.
Querida, parabéns pelo post (excelente). Temos que nos reinventar a cada dia.
ResponderExcluirVenho sempre tentando estimular esse tipo de reflexão. Que bom que você existe!
E o objetivo é justamente esse:nos levar a reflexão. Publicitários, os que compõem a magistratura,contadores,jornalistas, engenheiros e tantas outros profissionais são incentivados a disseminar práticas inovadoras e são premiados e reconhecidos por isso.Porque então quando um fisioterapeuta,ou outro profissional da área de saúde, tem a mesma atitude inovadora e propõem uma melhor prática ou uma melhor forma de enxergar as coisas essa idéia vai para no fundo de uma gaveta e só serve para se transformar num carimbo no verso do diploma?
ResponderExcluirPrecisamos pensar diferente sobre o conhecimento que produzimos e o é feito dele para que em breve nós também possamos ter o nosso Prêmio FisioInnovare ou o nosso Prêmio Talento Fisioterapia ou quem sabe ainda, o Prêmio Carlos Azeredo de Fisioterapia.
Obrigado pelas palavras! E comente sempre