sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Empreendedor nos ramos tradicionais da Fisioterapia – Parte 4

Quando se fala em Ergonomia, você pensa logo em Cinesioterapia laboral, não é? Pois existe um ramo da Ergonomia que oferece possibilidades ainda não exploradas. A Antropometria aplicada a bens de consumo.


Do ponto de vista industrial, quanto mais padronizado for o produto, menores serão seus custos de produção e de estoque. Na prática isso não se verifica. Há diferença significativa entre as médias de homens e mulheres, e a adoção de uma média geral acaba beneficiando uma faixa relativamente pequena da população.


Só pra se ter uma idéia, as indústrias de grande porte utilizam médias da população que foram retiradas de cerca de 5.000 pessoas da região sudeste, cuja as medidas mais recentes são do ano de 1992 e que pertencem a um banco de dados,chamado Ergokit do INT, Instituo Nacional de Tecnologia. Ou seja, não existe um banco de dados que represente as medidas antropométricas da população brasileira com toda sua diversidade.


E aí você ta pensando: As grandes indústrias vão continuar usando essas medidas, porque elas vendem muito para vários lugares do país e não vão adaptar seus produtos a cada região. Exatamente, você está certíssimo! Mas quem disse que eu estou falando das grandes indústrias?


As pequenas e médias empresas, incluindo as cooperativas, que atuam local ou regionalmente precisam de um diferencial que torne seus produtos mais atrativos que os das grandes indústrias. É aí que nós entramos!


Imagine uma pequena fábrica de calçados de Juiz de Fora, cuja as vendas se concentram no estado de Minas. Ela vai ter um produto diferenciado se seus calçados foram mais adequados as medidas dos pés dos mineiros. E eles com certeza vão preferir um calçado mais confortável nos pés do que aqueles que são feito em São Paulo com medidas padrão.


E as mulheres “plus-size”,ou seja, aquelas que estão acima do peso e felizes e que o mundo da moda está descobrindo e investindo,imagine quantas consumidoras fiéis um indústria de calçados terá se produzir sapatos altos, bonitos nas tendências da moda e principalmente com medidas adequadas?


E uma Cooperativa de confecções, com certeza vai ganhar compradoras fiéis se conseguir desenvolver uma calça mais adaptada ao quadril das baianas e das cariocas, por exemplo.


Agora imagine sentar numa cadeira de computador que foi feita com a média das medidas de uma família que está decorando o apartamento novo, ou com as medidas de portador de deficiência motora. Muito mais confortável e um diferencial que um bom decorador ou arquiteto terá para oferecer a seus clientes.


A população brasileira está ficando cada vez mais idosa, e as alterações fisiológicas na estatura,nos arcos plantares e no alcance do membros superiores nunca foram medidas, agora imagine móveis,sapatos e utensílios feitos com essas medidas?

Como é que eu vou fazer para tirar essas medidas? Você vai me perguntar. Com a velha e boa fita métrica e uma balança. Só precisa arregaçar o jaleco e ir a praças, feiras, eventos, praias, escolas, faculdades, empresas, etc...


É claro que você precisar investir em marketing para informar a população qual é o objetivo de sua pesquisa e visitar a associação dos pequenos e médios empresários da região para apresentar o projeto de desenvolvimento da idéia para conseguir o apoio deles é interessante também.


Daí é desenvolver modelos e ou programas de computador que possam ser utilizados nos mais variados segmentos. Desde a construção civil como na montagem de arquibancadas e dimensionamento de espaços para eventos, por exemplo, pois com o peso e o tamanho médio da população naquela região específica com certeza a construção vai ficar muito mais segura indo até sapatos e sandálias, móveis e roupas.


E além de fornecer consultoria em antropometria e biomecânica e um banco de dados atualizado e específico para o desenvolvimento de produtos diferenciados nos mais diversos segmentos de bens de consumo, toda essa pesquisa pode render um bom artigo científico e esse banco de dados com o tempo também vai chamar atenção das grandes indústrias. Porque se teve uma coisa que a última crise econômica mundial ensinou a todos é que santo que faz milagre é o de casa. Aguarde e confie.

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